A lei do progresso, fomentando as inevitáveis conquistas do processo da evolução do homem e das comunidades, confirma a assertiva do Cristo, quando elucida que ” o Pai não deseja a morte do pecador, mas sim, a do pecado.”
A herança ancestral, procedente das experiências primevas por onde transita o princípio espiritual, se demora, em mecanismo atávico, jugulando o ser aos hábitos infelizes, que lhe constituem a natureza animal, inferior.
A força da educação e sob o império das necessidades de superar os sofrimentos e deles liberar-se em definitivo, somente assim galga os degraus do aperfeiçoamento moral, modificando o meio ambiente e as estruturas em que se apóia, gerando condições novas propiciatórias do próprio desenvolvimento.
A cultura e as artes, as ciências e a tecnologia vêm em seu apoio, promovendo os valores de que se utiliza e através dos quais conquista os títulos de enobrecimento e de paz.
Certamente, ainda não se vive, na Terra, uma sociedade justa, onde a miséria de vário porte haja cedido lugar à abundância, ou vigorem os direitos humanos. Igualmente, medeiam ainda muitos males, desde as contínuas ondas de violência promotora de guerras, como infortúnios que resultem da desatenção e desrespeito, aos superiores Códigos de equilíbrio que regem a vida.
Sem embargo, muitos barbarismos que eram habituais e legislações vazadas na impiedade e na vingança vão cedendo lugar a conceitos mais compatíveis com os fenômenos psicológicos, sociais e econômicos que evitam os crimes.
Já se pode sentir o esforço quase generalizado de povos e nações que estabelecem leis de respeito mútuo como Organizações que propugnam por uma humanidade mais feliz, na qual os seus direitos sejam reconhecidos, assim como os seus deveres sejam cumpridos.
De passo em passo, de experiência em experiência, o progresso moral firma as suas bases, abrindo campo para tentames mais expressivos, portanto relevantes.
Combate o erro, onde quer que o encontres no entanto, enseja ao errado a lição educativa.
Insurge-te em atitude contrária ao crime não obstante, corrige o criminoso.
Opõe-te à violência, mas, acalma o violento.
Reage ao mal de qualquer procedência, entretanto, não te esqueças de socorrer os maus com a tua bondade.
Arrebenta as algemas da ignorância onde se manifeste todavia, esclarece a vítima necessitada.
Arranca a máscara da hipocrisia onde quer que se apresente, porém, socorre aquele que lhe padece a sanha.
Acusar por acusar, ou perseguir por perseguir não resolve o problema que inquieta as criaturas.
O cristão, em geral, e o espírita, em particular, faz mais: ajuda o caído ao tempo em que invectiva contra os fatores e circunstâncias responsáveis pela sua queda.
Ninguém combate as pragas de uma seara, a fim de condená-la ao abandono.
Não é justo apontar enfermidades sem cuidar dos doentes em aflição.
A atitude correta diante do mal é a prevalência do bem, assim como deve ser o comportamento do crítico, do acusador, a do amparo total e indiscriminado ao equivocado, ao infeliz.
Jesus, que não concordava com o erro em situação nenhuma, jamais deixou de educar, atender, socorrer e amparar os que haviam tombado nas malhas intrincadas da delinquência.
Vigilante e operoso, todo o Seu ministério é um poema de compreensão e fraternidade com os miseráveis, sem que jamais se vinculasse à miséria.
E o fazia, porque o Pai deseja a salvação do ímpio, ao mesmo tempo em que a impiedade deixe de existir no homem.
Em 29 de agosto de 1831, reencarna em nosso planeta, o nosso querido Bezerra de Menezes, tão conhecido entre nós espiritas! Mas quem foi este espírito tão amado?
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante, nasceu na Fazenda Santa Bárbara, no município de Jaguaretama, antiga Freguesia de Riacho de Sangue, no Estado do Ceará. Filho de Antônio Bezerra Cavalcanti, tenente-coronel da Guarda Nacional e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.
Sr. Antônio era um homem relativamente abastado e de bom coração. Infelizmente, em alguns anos perderia toda sua fortuna dando abonos em favor de parentes e amigos que o procuravam, a fim de explorarem os seus sentimentos de caridade. Quando percebeu que estava falido, procurou os credores e lhes propôs entregar suas fazendas de criação e tudo o mais que fosse suficiente para integralizar as dívidas. Os seus credores recusaram a proposta, dizendo-lhe que pagasse quando e como pudesse. Sr. Antônio desencarnou em Maranguape no dia 29 de setembro de 1851, ao contrair febre amarela.
Em 1842, mudou-se com a família para Serra dos Martins, no Rio Grande do Norte, por motivo de perseguições políticas, onde aprendeu latim, em dois anos substituindo o professor. Em 1846, já em Fortaleza, sob as vistas do irmão mais velho, o Dr. Manoel Soares da Silva Bezerra, conceituado intelectual e líder católico, efetuou os estudos preparatórios destacando-se entre os primeiros alunos do tradicional Liceu do Ceará.
O Médico
Com a perda do seu pai, Bezerra de Menezes resolve se instalar no Rio de Janeiro, para seguir a carreira de médico. Em 1851 ingressou praticamente como interno no Hospital Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Em 1856, formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e em março de 1857, solicitou sua admissão no Corpo de Saúde do Exército, ocupando o cargo de cirurgião tenente, em 20 de fevereiro de 1858. Ainda em 1857, candidatou-se ao quadro dos membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento”, sendo empossado em sessão de 1º de junho. Nesse mesmo ano, passou a colaborar na Revista da Sociedade Físico-química.
Casou-se com a Srª. Maria Cândida de Lacerda em 6 de novembro de 1858, que desencarnou no início de 1863, 5 anos após o matrimônio, deixando-lhe um casal de filhos. Em 1859, passou a atuar como redator dos Anais Brasilienses de Medicina, da Academia Imperial de Medicina, atividade que exerceu até 1861.
Em 21 de janeiro de 1865, casou-se, em segunda núpcia, com Dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira esposa, com quem teve sete filhos.
Desde o início de sua vida profissional só cobrava de quem podia pagar e a maioria de sua clientela era de gente necessitada. Não recebia contribuição financeira, mas sim muita gratidão e amor, que o fizeram querido pela comunidade local. E fazia a seguinte definição de médico: “O médico verdadeiro é isto: não tem direito de acabar uma refeição, nem de escolher a hora, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe, ou no morro; o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro; esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o Anjo da Caridade, que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vais e vens da vida.”
O Político
Quando Bezerra de Menezes atuava como médico, já demonstrava o grande coração e caridade que iria semear, sobretudo entre os mais pobres. O respeito e o reconhecimento de numerosos amigos o levaram à política, elegendo-se vereador para Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1860, pelo Partido Liberal.
Em 1867, foi eleito deputado pelo Rio de Janeiro. Dissolvida a Câmara dos Deputados em 1868, com a subida dos conservadores ao poder, Bezerra dirigiu suas atividades para outras realizações que beneficiassem a cidade. Em 1873, após quatro anos afastados da política, retomou suas atividades, novamente como vereador. Em 1878, com a volta dos liberais ao poder, foi novamente eleito à Câmara dos Deputados, representando o Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1885. Neste período, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, que veio proporcionar-lhe pequena fortuna, mas que, por sua vez, foi também o sorvedouro dos seus bens, deixando-o completamente arruinado.
Sua mãe, Dona Fabiana, desencarnou em 5 de agosto de 1882, em Fortaleza, aos 91 anos de idade, perfeitamente lúcida.
O Espírita
Após se dedicar por 30 anos à atividade parlamentar, em 1885, Bezerra de Menezes encerra as atividades políticas e passa a se dedicar ao espiritismo.
Em 1875, o tradutor Dr. Joaquim Carlos Travassos, entrega a Bezerra de Menezes o exemplar traduzido para o português do Livro dos Espíritos. Começa aí o defensor e divulgador da Doutrina Espírita!
Foram palavras do próprio Bezerra de Menezes, ao ler a obra: “Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim […]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no Livro dos Espíritos […]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença”.
Em 1883, intensificou-se um movimento contrário ao Espiritismo e, naquele mesmo ano, fora lançado por Augusto Elias da Silva o Reformador, órgão oficial da Federação Espírita Brasileira (FEB). Silva, ao consultar Bezerra de Menezes sobre as melhores diretrizes a seguir em defesa dos ideais espíritas, ouviu do venerável médico o conselho de contrapor-se ao ódio, propagar o amor, e a agir com discrição, paciência e harmonia. Com as iniciais A. M., Bezerra passou a colaborar com o Reformador, emitindo comentários judiciosos sobre o catolicismo.
Embora a sua participação na FEB tivesse sido marcante até então, somente em 16 de agosto de 1886, aos 55 anos de idade, Bezerra de Menezes, perante grande público, em torno de 1.500 a 2.000 pessoas, no salão de Conferência da Guarda Velha, em longo discurso, justificou a sua opção definitiva de abraçar os princípios da consoladora Doutrina. Daí por diante, Bezerra de Menezes foi o catalisador de todo o movimento espírita no país, exatamente como preconizara Ismael. Foi Presidente da FEB em 1889, sendo reconduzido ao cargo em 1895 – quando mais se agigantava a maré da discórdia e das radicalizações no meio espírita -, nele permanecendo até 1900.
O Legado
O Dr. Bezerra de Menezes foi membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, da Sociedade Físico-química, sócio e benfeitor da Sociedade Propagadora das Belas-Artes, membro do Conselho do Liceu de Artes e presidente da Sociedade Beneficente Cearense.
Escreveu em jornais como O Paiz, redigiu Sentinela da Liberdade, os Anais Brasilienses de Medicina, colaborou na Reforma, na Revista da Sociedade Físico-química e no Reformador. Utilizava os pseudônimos de ‘Max’ e ‘Frei Gil’.
O dicionarista J. F. Velho Sobrinho alinha extensa bibliografia de Bezerra de Menezes, relacionando para mais de quarenta obras escritas e publicadas. São teses, romances, biografias, artigos, estudos, relatórios, etc.
No dia 15 de dezembro de 2021, o Senado Federal Brasileiro, incluiu o nome do Dr. Bezerra de Menezes, no Livro dos Heróis e Heroína da Pátria. A proposta (PL 4.323/2021) é do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e segue para a Câmara. A votação foi simbólica. Para ler a reportagem completa, basta clicar aqui.
O desencarne
Assim como seu pai, Bezerra de Menezes desencarnou pobre, deixando sua família em grandes dificuldades financeiras. Embora seu consultório estivesse cheio de uma clientela que nenhum médico queria: pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas. Foi preciso constituir-se uma comissão, presidida por Quintino Bocayuva, para angariar donativos visando a possibilitar a manutenção da família. Desligou-se da vida física em 11 de abril de 1900, vítima de um AVC.
Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Léon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec: “Quando tais homens deixam de existir, enluta-se não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
Existe um relato muito bonito sobre como Bezerra de Menezes teria sido recebido no plano espiritual. Diz assim:
“Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu:
– A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a humilde mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo e, tocando-me, falou, suavemente…
– Bezerra, acorde, Bezerra! … Abri os olhos e vi uma bela figura feminina radiante de tanta luz e esplendor espiritual.
– É você Celina?
– Sim, sou eu, meu amigo. A querida Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz e vamos ao trabalho que vos espera.
Minutos depois chegaram alguns familiares além de alguns companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina me disse:
– Venha ver, Bezerra. Ajudando-me a erguer do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
– Quem são, Celina?! – perguntei-lhe – não conheço a ninguém. Quem são?
– São aqueles espíritos atormentados, que chegavam às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. Muitos ali você curou e nunca cobrou nada. São eles, que o veem saudar no pórtico da eternidade… E então Celina finalizou:
– A felicidade sem limites existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorremos na luz do amor universal. “
Bezerra de Menezes nos deixou uma herança maravilhosa sobre sua conduta, amor ao próximo e renúncia. São inúmeras biografias, frases e exemplos. São inúmeros os espíritos de luz que o seguem, ajudando a todos os encanados e desencarnados, até os dias de hoje.
Artistas são inspirados frequentemente em suas criações. Seja na literatura, pintura, peças de teatro, música… Artes que nos fazem pensar, lembrar ou emocionar. Criadas a séculos e que perduram pela eternidade. Com certeza, em algum momento você já ouviu a música “Tocando em frente”, composta por Almir Sater e Renato Teixeira, em 1990. Com ela, não foi diferente e existe uma história bem interessante. Vamos conhecer?
Em apresentação no ano de 2012, no programa “Viola, minha Viola”, na Tv Cultura, Almir Sater foi questionado pela apresentadora Inezita Barroso, sobre a inspiração que teve para a criação da música . Ele respondeu que tinha ido jantar na casa de Renato Teixeira, pegou o violão do filho de Renato que estava encostado e começou a dedilhá-lo. Neste ínterim, veio em sua cabeça uma melodia e Renato começou a escrever a letra. Ao terminarem a música, um fato curioso aconteceu. Conta Almir que recebeu uma ligação telefônica de Maria Bethânia, que até então ele não conhecia pessoalmente, perguntando se ele tinha uma música para ela gravar. Respondendo, disse que tinha acabado de fazer uma música mas, que Renato iria gravá-la. A seu pedido, ele cantou “Tocando em Frente” no telefone e Bethânia lhe disse: “essa música é minha!”. Ela entrou em contato com Renato e este lhe deu autorização para gravar a música.
Além de Maria Bethânia e dos compositores Almir Sater e Renato Teixeira, vários cantores também interpretaram “Tocando em Frente” em seus álbuns, dentre eles: Agnaldo Rayol (com participação de Wanessa), César Menotti & Fabiano, Daniel, Fábio de Melo, João Neto e Frederico ( com participação de Fernando e Sorocaba), José Augusto, Oswaldo Montenegro, Paula Fernandes ( com participação de Leonardo), Rionegro, Sérgio Reis e Ana Vitória.
A canção faz parte da trilha sonora de cinco telenovelas e de um filme. Novelas: “Pantanal” ( Manchete – 1990 ), “Prova de Amor” ( Record – 2005/2006 ), “Araguaia” ( Globo – 2010/2011 ), “Além do Tempo” ( Globo 2015/2016 ) e “O outro lado do Paraíso” ( Globo 2017/2018), na voz de Anavitória. Filme: “O menino da porteira” ( 2009 ), na voz de Daniel.
Abaixo, colocamos um trecho do programa, com a história completa, contada pelo próprio Almir. Esta música é tão linda, que sem sombra de dúvidas foi inspirada pela espiritualidade amiga.
Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Só levo a certeza De que muito pouco sei Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida Seja simplesmente Compreender a marcha E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro Levando a boiada Eu vou tocando os dias Pela longa estrada, eu vou Estrada eu sou
Conhecer as manhas e as manhãs O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia Todo mundo chora Um dia a gente chega E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história Cada ser em si Carrega o dom de ser capaz E ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história Cada ser em si Carrega o dom de ser capaz E ser feliz
Compositores: Almir Eduardo Melke Sater / Renato Teixeira De Oliveira
Você sabia que a forma com a qual você acorda pela manhã, ou no seu horário de costume, poderá determinar como será todo o seu dia? Sendo assim, nosso querido André Luiz, através de Chico Xavier, nos dão alguns conselhos simples de como devemos agir para que tenhamos uma melhor qualidade de vida, todos os dias! Vamos lá?
” Agradeça a Deus a bênção da vida, pela manhã.
Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retornar as próprias atividades.
Levante-se com calma…
Se deve acordar alguém, use bondade e gentileza, reconhecendo que gritaria ou brincadeira de mau gosto não auxiliam em tempo algum.
Guarde para com tudo e para com todos a disposição de cooperar para o bem.
Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida para que a vida nos abençoe! “
… Ninguém se torna espírita por frequentar sistematicamente uma instituição espírita! Ser espírita é praticar a caridade com “olhar humano”, com empatia! Ninguém se torna espírita por assumir um cargo em uma instituição espírita! Ser espírita é compreender que há condutas e faltas de outras existências que precisam ser trabalhadas com o auxílio ao próximo, independente da função exercida! Ninguém se torna espírita por ler obras espíritas! Ser espírita é exercer o conhecimento adquirido sempre e em todo lugar. Ninguém se torna espírita por atuar sessões mediúnicas! Ser espírita é compreender que a assistência mediúnica é uma caridade primeira aos desencarnados que ainda sofrem no plano espiritual, sendo uma falta desconhecer sua principal função! Ninguém se torna espírita por nascer filho de espíritas! Não há caridade hereditária! Cada ser tem compromissos como espírito reencarnante! Ninguém se torna espírita por realizar trabalhos sem remuneração! Ser um voluntário espírita é compreender que seu papel é divulgar o Espiritismo através de suas atitudes, praticando a Lei de Igualdade com todos, sem distinção de cargos ou classe social. Ninguém se torna espírita por doar uma grande quantia em dinheiro para uma instituição! Ser espírita é agir com desinteresse, independente de se doar dinheiro, objetos, tempo ou conhecimento! Ninguém se torna espírita por cumprir regras disciplinares de uma instituição! Ser espírita é ser flexível quando socorrer alguém for urgente, incluindo desencarnados! Ninguém se torna espírita por se dizer espírita, mas por ser cristão e compreender como o Cristo Jesus agiria diante das aflições humanas ! … Fazer sempre a caridade, Ame seu próximo com Amor no coração!! … Se reconhece o verdadeiro espírita pelo esforço que faz para vencer suas más inclinações …
Perguntemos a Maria Madalena, onde e quando nasceu Jesus e ela nos responderá: Jesus nasceu em Betânia… foi certa vez que sua voz tão cheia de amor e bondade despertou em mim a sensação de uma vida nova com a qual até então eu nunca imaginei…
Perguntemos a Francisco de Assis, o que ele sabe sobre o nascimento de Jesus e ele nos responderá: Ele nasceu no dia em que na Praça de Assis, entreguei minha bolsa, minhas roupas e até o meu nome para segui-lo, pois sabia que somente ele é a fonte inesgotável de amor…
Perguntemos a Pedro, quando se deu o nascimento de Jesus e ele nos responderá: Jesus nasceu no pátio do Palácio de Caifás, na noite em que o galo cantou pela terceira vez, no momento em que eu o havia negado… foi nesse instante que acordou a minha consciência para a verdadeira vida…
Perguntemos a Paulo de Tarso, quando se deu o nascimento de Jesus, e ele nos responderá: Jesus nasceu na Estrada de Damasco quando envolvido por uma intensa luz que me deixou cego. Pude ver a figura nobre e serena que me perguntava… “Saulo, Saulo, por quê me persegues?”, e na cegueira passei a enxergar um mundo novo quando eu lhe disse… “Senhor, que queres que eu faça?”
Perguntemos à Joana de Cusa, onde e quando nasceu Jesus e ela nos responderá: Jesus nasceu no dia em que amarrada ao poste do circo de Roma ouvi o povo gritar… “Negue, negue!” e o soldado com a tocha acesa dizendo… “Este teu Cristo lhe ensinou apenas a morrer?” Foi nesse instante que sentindo o fogo subir pelo meu corpo, com toda a certeza e sinceridade dizer… “Não, não me ensinou só isso… Jesus ensinou-me também a amá-lo”.
Perguntemos a Tomé, onde e quando nasceu Jesus e ele nos responderá: Jesus nasceu naquele dia inesquecível em que ele me pediu para tocar as suas chagas e me foi dado a testemunhar que a morte não tinha o poder sobre o filho de Deus. Só então compreendi o sentido das palavras: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.
Perguntemos a João Batista, onde e quando nasceu Jesus e ele nos responderá: Jesus nasceu no instante em que chegando ao Rio Jordão pediu-me que o batizasse e ante a meiguice do seu olhar e a majestade de sua figura eu pude ouvir a mensagem do Alto: “Esse é o meu filho muito amado no qual eu coloquei a minha complacência”. Compreendi então, que chegara o momento dele crescer e eu diminuir para a glória de Deus Pai…
Perguntemos a Lázaro, onde e quando nasceu Jesus e ele nos responderá: Jesus nasceu em Betânia na tarde em que me visitou o túmulo e disse: ” Lázaro, levanta!” Nesse momento compreendi finalmente quem ele era a ressurreição e a vida.
Perguntemos a Judas, onde e quando nasceu Jesus e ele nos responderá: Jesus nasceu no instante em que eu assistia o seu julgamento e a sua condenação e compreendi que Jesus estava acima de todos os tesouros terrenos…
Perguntemos finalmente à Maria de Nazaré, onde e quando nasceu Jesus e ela nos responderá: Jesus nasceu em Belém, sob as estrelas que eram focos de luzes guiando os pastores e as suas ovelhas ao berço de palha. Foi quando o segurei em meus braços pela primeira vez e senti se cumprir a promessa de um novo tempo através daquele menino que Deus enviara ao Mundo para ensinar aos homens a lei maior, a lei do amor….
E podemos perguntar a cada um de nós, quando e onde foi que Jesus nasceu: foi naquele momento de grande dor, em que nos sentimos tão sozinhos e ao mesmo tempo tão amparados. Que possamos transformar em uma manjedoura o nosso coração para que Jesus possa nascer ali…..
Livro: Em Torno do Mestre, do escritor espírita Pedro de Camargo, que assinava suas obras com o pseudônimo de Vinícius.
Neste mês de dezembro comemoramos o aniversário de nosso amado Mestre Jesus! O livro Jesus no Lar de Chico Xavier, apresenta lições ensinadas por nosso Mestre em reuniões na casa de Simão Pedro, considerado o primeiro culto no lar. Aborda temas como: o amor ao próximo, o valor do servir, a compaixão, dentre outros assuntos. Assuntos atuais da mensagem evangélica, a todos acessível, enfatiza a necessidade da reforma intima, revendo nossos pensamentos, atos, posturas e atitudes, buscando ajustá-los à verdadeira moral cristã. A reunião familiar semanal, em torno do Evangelho, é prática das mais úteis a nós espíritas. Recomenda-se que, junto com o Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Espíritos e demais livros da Codificação, o livro Jesus no Lar esteja sempre nas reuniões, para leitura e consulta. Uma ótima leitura a todos!
” Para a generalidade dos estudiosos, o Cristo permanece tão-somente situado na História modificando o curso dos acontecimentos políticos do mundo; para a maioria dos teólogos, é simples objeto de estudo, nas letras sagradas, imprimindo novo rumo às interpretações da fé; para os filósofos, é o centro de polêmicas infindáveis, e, para a multidão dos crentes inertes, é o benfeitor providencial nas crises inquietantes da vida comum. Todavia, quando o homem percebe a grandeza da Boa Nova, compreende que o Mestre não é apenas o reformador da civilização, o legislador da crença, o condutor do raciocínio ou o doador de facilidades terrestres, mas também, acima de tudo, o renovador da vida de cada um. Atingindo esse ápice do entendimento, a criatura ama o templo que lhe orienta o modo de ser; contudo, não se restringe às reuniões convencionais para as manifestações adorativas e, sim, traz o Amigo Celeste ao santuário familiar, onde Jesus, então, passa a controlar as paixões, a corrigir as maneiras e a inspirar as palavras, habilitando o aprendiz a traduzir-lhe os ensinamentos eternos através de ações vivas, com as quais espera o Senhor estender o divino reinado da paz e do amor sobre a Terra. Quando o Evangelho penetra o Lar, o coração abre mais facilmente a porta ao Mestre Divino. Neio Lúcio conhece esta verdade profunda e consagra aos discípulos novos, algumas das lições do Senhor no círculo mais íntimo dos apóstolos e seguidores da primeira hora. Hoje, que quase vinte séculos são já decorridos sobre as primícias da Boa Nova, o domicílio de Simão se transformou no mundo inteiro… Jesus continua falando aos companheiros de todas as latitudes. Que a sua voz incisiva e doce possa gravar no livro de nossa alma a lição renovadora de que carecemos à frente do porvir, convertendo-nos em semeadores ativos de seu infinito amor, é a felicidade maior a que poderemos aspirar. “
Nunca ouvimos tanto nos dias de hoje a palavra Gratidão. Ela está presente em praticamente todos os lugares: em mensagens e textos espalhados pela internet ou quando nos despedimos de alguém. Criamos técnicas como: “potinho da gratidão”, “caderno da gratidão” ou fazemos “listas” com coisas que somos extremamente gratos.
E quando dizemos “Obrigado!”, é a mesma coisa? Quando queremos agradecer ao outro por algo, dizendo “Obrigado”, estamos sendo educados para mantermos um relacionamento amável ou cordial com alguém. Mas… e quando falamos em Gratidão? Sentimos uma energia diferente, nos ligando a algo maior. Estamos dizendo: minha alma é grata e se conecta a algo, se tormando muito mais que um “Obrigado”.
Todos nós temos a capacidade de sentir Gratidão, mesmo aquelas pessoas que possuem o hábito de reclamarem da vida! Basta analisarmos as situações e criarmos ou não expectativas sobre os acontecimentos. Por exemplo: praticar a caridade esperando um reconhecimento pelos nossos feitos, seja de quem recebeu o ato de bondade ou do grupo social do qual estamos inseridos, é vaidade! Então, ser grato é um estado de espírito! É agradecer não apenas pelos fatos positivos, mas também pelos negativos. Agradecer a tudo o que está em nossas vidas sem julgamento. É fácil? Claro que não, somos espíritos em evolução ! Mas é um exercício diário! Ser grato pelas coisas que estão dando errado, nos faz refletir sobre o que aconteceu, e por incrível que pareça, todas as respostas sempre vêem a seu tempo. Nossos sentimentos se elevam, mudando nossas vibrações, permitindo e nos conectando com o Plano Espiritual de Luz! Através da Gratidão, reconhecemos a necessidade de nossa reforma íntima, nossa mudança interior. Ela nos proporciona uma posição de aceitação frente as dificuldades, nos permitindo uma reflexão no que pode ser mudado. Ela transforma nossas relações, pois servindo a um semelhante, a um animalzinho ou à natureza, estamos servindo a Deus. Nós espíritas sabemos sobre a Lei de Ação e Reação, sendo assim, as sementes que plantamos e semeamos hoje, darão belos frutos no momento oportuno.
Mas, como podemos praticar a Gratidão? Ao fazer uma prece, comece a agradecer pelas coisas em sua vida, como: pela cama que você possue para dormir, pelo seu lar, pelo alimento de todos os dias, por sua família, pelo seu trabalho, pelo sol e pela chuva que cai… São tantas as coisas para ser grato! Sobretudo, sejamos gratos pelo males que outras pessoas nos fazem, pois são estes que nos auxiliam em nossa caminhada e no nosso desenvolvimento, nos dando a oportunidade de avaliar e perdoar. O perdão nos liberta!
Através da Gratidão, os mentores de luz se aproximam de nós, nos ajudando a nos libertar das mazelas que nos desviam do bom caminho, exercitando a benevolência, a compreensão e o amor. Experimente praticar a Gratidão todos os dias por um período de tempo. Parece que no início não fará sentido, mas depois de alguns dias, começamos a prestar atenção a coisas que não percebíamos antes. Sabe porque? Agradecendo mais, reclamamos menos! Nosso caração se conforta e se acalma!
Existe uma psicografia ditada pelo espírito de Amélia Rodrigues, escrita por Divaldo Pereira Franco que se chama: Poema da Gratidão.
O exercício da Gratidão pode não ser fácil, mas é mais simples do que parece ser! Vamos praticar?
” GRATIDÃO
Muito obrigado Senhor! Muito obrigado pelo que me deste. Muito obrigado pelo que me dás.
Obrigado pelo pão, pela vida, pelo ar, pela paz. Muito obrigado pela beleza que os meus olhos vêem no altar da natureza. Olhos que fitam o céu, a terra e o mar Que acompanham a ave ligeira que corre fagueira pelo céu de anil E se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil.
Muito obrigado Senhor! Porque eu posso ver meu amor. Mas diante da minha visão Eu detecto cegos guiando na escuridão que tropeçam na multidão que choram na solidão.
Por eles eu oro e a ti imploro comiseração porque eu sei que depois desta lida, na outra vida, eles também enxergarão!
Muito obrigado Senhor! Pelos ouvidos meus que me foram dados por Deus. Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro A melodia do vento nos ramos do olmeiro As lágrimas que vertem os olhos do mundo inteiro!
Ouvidos que ouvem a música do povo que desce do morro na praça a cantar. A melodia dos imortais, que se houve uma vez e ninguém a esquece nunca mais! A voz melodiosa, canora, melancólica do boiadeiro. E a dor que geme e que chora no coração do mundo inteiro!
Pela minha alegria de ouvir, pelos surdos, eu te quero pedir Porque eu sei Que depois desta dor, no teu reino de amor, voltarão a sentir!
Obrigado pela minha voz Mas também pela sua voz Pela voz que canta Que ama, que ensina, que alfabetiza, Que trauteia uma canção E que o Teu nome profere com sentida emoção!
Diante da minha melodia Eu quero rogar pelos que sofrem de afazia. Eles não cantam de noite, eles não falam de dia. Oro por eles Porque eu sei, que depois desta prova, na vida nova Eles cantarão!
Obrigado Senhor! Pelas minhas mãos Mas também pelas mãos que aram Que semeiam, que agasalham. Mãos de ternura que libertam da amargura Mãos que apertam mãos De caridade, de solidariedade Mãos dos adeuses Que ficam feridas Que enxugam lágrimas e dores sofridas!
Pelas mãos de sinfonias, de poesias, de cirurgias, de psicografias! Pelas mãos que atendem a velhice A dor O desamor! Pelas mãos que no seio embalam o corpo de um filho alheio sem receio! E pelos pés que me levam a andar, sem reclamar!
Obrigado Senhor! Porque me posso movimentar. Diante do meu corpo perfeito Eu te quero rogar Porque eu vejo na Terra Aleijados, amputados, decepados, paralisados, que se não podem movimentar.
Eu oro por eles Porque eu sei, que depois desta expiação Na outra reencarnação Eles também bailarão!
Obrigado por fim, pelo meu Lar. É tão maravilhoso ter um lar! Não é importante se este Lar é uma mansão, se é uma favela, uma tapera, um ninho, um grabato de dor, um bangalô, uma casa do caminho ou seja lá o que for.
Que dentro dele, exista a figura do amor de mãe, ou de pai De mulher ou de marido De filho ou de irmão A presença de um amigo A companhia de um cão Alguém que nos dê a mão!
Mas se eu a ninguém tiver para me amar Nem um tecto para me agasalhar, nem uma cama para me deitar Nem aí reclamarei. Pelo contrário, eu te direi
Obrigado Senhor! Porque eu nasci! Obrigado porque creio em ti Pelo teu amor, obrigado senhor! “
O Universo é obra inteligentíssima; obra que transcende a mais genial inteligência humana; e, como todo efeito inteligente tem uma causa inteligente, é forçoso inferir que a do universo é superior a toda inteligência; é a inteligência das inteligências; a causa das causas; a lei das leis; o princípio dos princípios; a razão das razões; a consciências das consciências; é Deus! Deus! Nome mil vezes santo, que Newton jamais pronunciava sem se descobrir!
Ó Deus que vos revelais pela natureza, vossa filha e nossa mãe, reconheço-vos eu, Senhor, na poesia da criação; na criancinha que sorri; no ancião que tropeça; no mendigo que implora; na mão que assiste; na mãe querida que vela; no pai extremoso que instrui; no apóstolo abnegado que evangeliza as multidões.
Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor, no amor do esposo; no afeto do filho; na estima da irmã; na justiça do justo; na misericórdia do indulgente; na fé do homem piedoso; na esperança dos povos; na caridade dos bons; na inteireza dos íntegros.
Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! no estro¹ do vate²; na eloquência do orador; na inspiração do artista; na santidade do mestre; na sabedoria do filósofo e nos fogos eternos do gênio!
Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na flor dos vergéis³, na relva dos vales; no matiz dos campos; na brisa dos prados; no perfume das campinas; no murmúrio das fontes; no rumorejo das franças; na música dos bosques; na placidez dos lagos; na altivez dos montes; na amplidão dos oceanos e na majestade do firmamento!
Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! nos lindos antélios¹¹, no íris multicor; nas auroras polares; no argênteo¹² da Lua; no brilho do Sol; na fulgência das estrelas; no fulgor das constelações!
Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! na formação das nebulosas; na origem dos mundos; na gênese dos sóis; no berço das humanidades; na maravilha, no esplendor e no sublime do Infinito!
Ó Deus! Reconheço-vos eu, Senhor! com Jesus, quando ora: “Pai nosso que estais nos céus…” ou com os anjos quando cantam: “Glória a Deus nas alturas, Paz na Terra aos Homens e Mulheres da Boa Vontade de Deus”.